domingo, 8 de novembro de 2015

Educação garante transformação social no Morada do Sol

Equipe da Escola Profª. Odette Duarte da Costa, reunida após as apresentações.
Maria Aparecida e Maria Fernanda, de 10 anos
"Aqui não é só uma escola, aqui é tudo, é uma referência para todo o bairro", conta, orgulhosa, Maria Aparecida Silva de Jesus, presidente do conselho da Escola Professora Odette Duarte da Costa, no Jardim Morada do Sol, em Presidente Prudente, onde os alunos, professores e colaboradores apresentaram uma Mostra Pedagógica reunindo todo o trabalho realizado durante o ano. As atividades começaram na noite de sexta- feira e terminaram no início da tarde deste sábado.

Maria Aparecida mora a 18 anos no bairro, tem três filhos, e, a mais jovem, Maria Fernanda, de 10 anos, é estudante do colégio. "Minha filha veio pra cá com dois anos e havia muitos problemas, dentro e fora da escola", conta Maria Aparecida. "Nós chegamos a pensar em tirar ela, mas eu não quis, pois aí eu resolvia o problema, mas outra criança ia acabar sofrendo da mesma maneira", relata. "Tudo mudou no ano passado, com a nova diretoria, que acreditou na comunidade e a gente acreditou nela", detalha a presidente do conselho que, para se aproximar mais ainda das atividades dos alunos, prestou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), hoje estuda pedagogia e trabalha como estagiária na escola. 

"A partir do momento que acreditamos
em nós mesmos, quem pode duvidar?",
Déborah Andrade, 5º ano A
"O que precisava era ter um olhar social pois, educação sem transformação social não funciona", explica a diretora Sirlei Oliveira, que, segundo todos os envolvidos no processo, foi o principal nome responsável pela mudança  na unidade. "As pessoas têm que vivenciar você caminhando junto com elas e o que eu fiz desde o começo foi tratá-las com educação e respeito, suspender julgamentos, eliminando preconceitos e deixando claro para todos que, se tem um problema, nós podemos resolvê-lo juntos", ressalta Sirlei. "O meio não é determinante, ele pode ser um complicador, mas determinantes somos nós", conclui a diretora.

Claudinete e sua filha Helen Caroline, de 5 anos 
Claudinete Pereira da Silva, moradora a 8 anos do Jardim Morada do Sol, tem suas duas filhas, Victória e Helen Caroline matriculadas na escola e também viu sua vida se transformar após as mudanças. "Eu sou voluntária na horta, no jardim e onde mais precisar e hoje faço curso de telemarketing, de computação e de produção de bolsas também", conta Claudinete, ressaltando que seu plano é entrar para a faculdade de pedagogia. "A escola não é do governo, não é da prefeitura, ela é nossa", lembra a futura professora.

As crianças viam nas fotos as mudanças na escola
A supervisora de ensino da Secretaria de Educação, Mara Suzette Pereira Cabral do Amaral, também esteve presente durante a o processo de evolução mostrado pela escola. "Havia problemas
gravíssimos, dificuldades com a população, vinha um diretor, ficava um ano e ia embora e então eu conheci a Sirlei, gostei do trabalho dela com outras comunidades e ela acabou sendo designada no ano passado pela secretária Ondina Gerbasi. "Nós então encaramos essa realidade, reorganizamos a escola,quebrando todos os paradigmas e, trabalhando com os alunos de acordo com as dificuldades de cada um, conseguimos resultados extraordinários", detalha Mara.
Bianca e seu filho, de 5 anos

Bianca Messias é mais uma mãe de aluno que acompanhou de perto a transformação na Odette Costa. "Eu sofria muito de depressão, já ajudo a mais de um ano na escola e esse foi o melhor remédio", relata, ao lado de seu filho, de cinco anos. "Quando estou em casa, desanimada, na cama, elas vão até lá, me tiram e é bom demais", diz Bianca.

Pais e tios

Gabriela, de 8, conta a história da Rainha da Neve, para seu tio
Ainda na noite de sexta-feira, enquanto visitava as salas com os trabalhos desenvolvidos pelos alunos, este blogueiro teve a oportunidade de conhecer dois personagens que seriam marcantes nas apresentações no dia seguinte. Em um dos espaços montados para leitura, Gabriela Cardoso Silva, de 8 anos, lia para seu tio, o pintor Sebastião Adriano da Silva, que acompanhava atento. "Estou contando a história da Rainha da Neve", diz a menina. "Ela é muito interessada em estudar e não gosta de faltar um dia na aula", afirma o tio, satisfeito.

Luis Fernando, de 8 anos, mostra os trabalhos para seu pai Luciano
Na sala ao lado, o metalúrgico, Luciano Aparecido da Silva, conhecia os trabalhos de todos os estudantes, acompanhado de seu filho, Luis Fernando da Silva, de 8 anos, que explicava em detalhes cada um deles. "É a primeira vez que eu venho e estou achando bem 'da hora' tudo que eles fizeram, conta o pai orgulhoso, antes de me lembrar que Luis Fernando estaria em uma das apresentações marcadas para o dia seguinte (sábado de mahã)... 

Confira todos os detalhes na próxima postagem!

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